domingo, 2 de junho de 2013

Inauguração do blog São Paulo Místika

Saudações, leitores!

Como, acredito, é de praxe ao iniciar um novo blog, explicarei aqui na postagem inicial qual a proposta dessa página, os propósitos e ferramentas que a fizeram existir.

São Paulo Místika é um projeto que estou desenvolvendo para uma crônica de RPG. Se você não sabe o que é RPG, eu sugiro procurar no Google a respeito do termo, que existem várias e boas explicações por aí sobre o que é este jogo, muito melhores do que qualquer uma que eu estou disposto a dar neste espaço. Todavia, apenas para não deixá-lo sem resposta (o que seria deselegante da minha parte), RPG é em sua essência um jogo de contar histórias. Cada jogador interpreta e define as ações de um dos protagonistas dessa história e um deles, chamado de Narrador, define as ações de todos os demais coadjuvantes e antagonistas. Cada grupo de histórias criadas pelo Narrador e os jogadores recebe o nome de "Crônica". Eu sou o Narrador desta Crônica.

Mesa de RPG - talvez você já tenha visto alguma.

A Crônica de São Paulo Místika está ambientada num cenário de ocultismo moderno que veio do jogo Mago: A Ascensão. Neste jogo, crenças e idéias pode moldar a realidade. Os personagens são Despertos, homens e mulheres que possuem acesa a centelha da magia. Desde de tecnomagos com suas invenções malucas até xamãs com suas invocações de espíritos, há uma enorme gama de personagens possíveis no jogo. Basicamente, se você gosta do fantástico, do milagroso e do mítico, esse jogo vai te cativar.

Todo jogo precisa também de regras e nesse caso, as regras que estamos utilizando em nossa mesa não são as regras originais do jogo de Mago: A Ascensão. Ao invés de usar as regras apresentadas nos livros de Mago (o chamado "sistema Storyteller"), optamos por utilizar uma variante de um sistema de regras chamado FATE. As regras da nossa variante são bem próximas - mas não idênticas - às do jogo Dresden Files, que por sua vez é um jogo também sobre o sobrenatural urbano, similar ao cenário de Mago (também conhecido como Mundo das Trevas).

Quais as razões para essa mistura? Por que não ficar apenas com Mago, cenário e regras, ou alternativamente, não ficar apenas com Dresden Files? Essa é uma pergunta que pode ocorrer, sobretudo àqueles que já conhecem melhor um dos dois jogos.

Mago é um cenário incrível. Eu conheço esse jogo há treze anos e ainda me maravilho com algumas idéias dele. O clima de milagre, de fascínio, de maravilha dele é algo que eu nunca fui capaz de encontrar em qualquer outro cenário - seja de RPG ou não - de misticismo moderno e sobrenatural urbano. Além disso, alguns dos temas subjacentes ao cenário, como como a responsabilidade pelas consequências dos próprios atos, são também bastante particulares ao jogo. Para aqueles que conhecem um pouco melhor a linha de Mago, cabe talvez a pergunta de por que eu ter escolhido usar o Ascensão ao invés do Despertar ou talvez do Cruzada dos Feiticeiros. A razão para isso foi simplesmente uma questão de riqueza do cenário. Embora tanto Mago: O Despertar e Mago: A Cruzada dos Feiticeiros tenham um material muito bom, eu acredito que a linha do Ascensão possui ainda um material mais rico que qualquer um dos outros títulos.

Esse é o feeling incrível de Mago.

Porém, um ponto que sempre me desapontou em Mago, sobretudo no Mago: A Ascensão são as regras dele. O sistema Storyteller, na minha (pouco) humilde opinião, é um sistema fraco e que não se presta a proposta inicial dele, que é apresentar um conjunto de regras flexíveis, simples e dinâmicas que permitam aos jogadores deixá-las em segundo plano e focar-se na história que está sendo narrada. Não entrarei em muitos detalhes aqui de porque tenho essa opinião, pois meu objetivo não é convencer ninguém dela e tampouco atacar o sistema, mas enfim, o importante é que eu sempre fui insatisfeito com as regras do jogo e nunca achei que elas conseguiam traduzir de forma adequada conceitos interessantes e importantes do cenário.

Durante muitos anos eu tive essa opinião e tentei diversas vezes adaptar as regras de Mago para outros sistemas e fazer por conta própria os meus remendos nas regras originais, sempre sem muito sucesso. Um belo dia, descobri o sistema de FATE e senti que havia encontrado a solução para um enigma que há tempos me desafiava. Foi algo quase instantâneo, no mesmo momento que eu ia lendo as regras do sistema pela primeira vez eu ia já imaginando como elas ficariam bem com Mago e como eu poderia usá-las para expressar certas idéias no jogo que eram deixadas meio de lado pelo sistema original. Isso porque, a meu ver, as regras de FATE são aquilo que o sistema Storyteller sempre almejou e nunca conseguiu ter, regras focadas na narrativa, que por um lado são simples e por outro auxiliam e exploram o drama e dramatismo de cada história. Elas eram o que eu precisava para o meu jogo. Após passar alguns meses trabalhando numa adaptação das regras de Mago para o sistema de FATE, eu tinha em mãos um material suficiente para começar a jogar.

Por fim, a escolha de São Paulo como "base" para a crônica foi uma decisão coletiva entre eu e os demais jogadores. Embora eu não possa falar por eles (se bem que talvez eles possam comentar aqui explicando), as razões que me levaram a adotar São Paulo como localidade da Crônica foram três: a) São Paulo é a cidade onde eu e todos os jogadores estamos morando atualmente, então facilita bastante para nós criarmos referências e lugares nesta cidade; b) é uma grande metrópole, o que ressoa bem com a atmosfera do cenário do Mundo das Trevas, do punk gótico e sujo, além de ser uma cidade em que tudo acontece, conectada ao restante do Brasil e do mundo, fácil de encaixar várias histórias e por fim; c) é uma cidade com uma história antiga, prato cheio para o sobrenatural.

São Paulo Místika

Tendo explicado já a proposta do nosso jogo, esta página foi criada para postarmos material referente a ele, desde imagens e músicas para inspirar os jogadores até regras específicas e resumos das nossas sessões de jogo. Assim, esperem ver aqui material sobre Mago, FATE e São Paulo, bem como resumos de uma história ambientada neste cenário.



E é isso, espero que curtam.

Marquês de Salles.

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